ATRIBUTOS DO ESPÍRITO

 

 Os Atributos do Espírito podem ser compreendidos a partir dos Atributos de Deus, que estão listados em o Livro A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo > Capítulo II — Deus > Da natureza divina [1], e que transcrevemos aqui.

Trazemos também alguns textos, retirados das obras fundamentais do Espiritismo (escritas por Allan Kardec), para ilustrar, de forma sintética, os Atributos do Espírito em relação aos atributos de Deus.

 

1.     Deus é a suprema e soberana inteligência.     

“É limitada a inteligência do homem, pois que não pode fazer, nem compreender tudo o que existe. A de Deus, abrangendo o infinito, tem que ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até ao infinito.”

Ø     O Espírito é inteligente.

“76. Que definição se pode dar dos Espíritos? “Pode dizer-se que os Espíritos são os seres inteligentes da criação.”[2]

 “79. Pois que há dois elementos gerais no Universo: o elemento inteligente e o elemento material, poder-se-á dizer que os Espíritos são formados do elemento inteligente, como os corpos inertes o são do elemento material?

Evidentemente. Os Espíritos são a individualização do princípio inteligente, como os corpos são a individualização do princípio material.”[3]

 "A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de uma ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência.[4]

 

Obs.: Deus é a soberana inteligência. Os Espíritos desenvolvem a inteligência que Deus lhes deu.

 

2.     Deus é eterno.

“Isto é, não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada. Ora, não sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou fim, poderíamos conceber uma entidade existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao infinito.”

Ø      O Espírito é imortal

81. Os Espíritos se formam espontaneamente, ou procedem uns dos outros?
Deus os cria, como a todas as outras criaturas, pela sua vontade.

 “A morte, portanto, não passa da destruição do grosseiro envoltório do Espírito: só morre o corpo, o Espírito não morre.”[5]

“83. Os Espíritos têm fim?
“(...) Dizemos que a existência dos Espíritos não tem fim.”[6]
 

Obs.:  Os Espíritos têm início, que é o momento em que Deus os cria, mas não terão fim. São imortais.

 

03. Deus é imutável.

“Se estivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o universo.”

Ø     O Espírito é mutável

“Há duas espécies de progresso, que uma a outra se prestam mútuo apoio: (...) o progresso intelectual e o progresso moral.”[7]

À medida que progride moralmente, o Espírito se desmaterializa, isto é, depura-­se, com o subtrair­-se à influência da matéria; sua vida se espiritualiza, suas faculdades e percepções se ampliam; sua felicidade se torna proporcional ao progresso realizado.”

Obs.: Os Espíritos mudam incessantemente no sentido que o Espírito progride intelectual e moralmente até atingirem o estado de Espírito puro.

 

04. Deus é imaterial.

“A sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria. Deus carece de forma apreciável pelos nossos sentidos, sem o que seria matéria.”

Ø      O Espírito é imaterial.

“3. O Espírito propriamente dito é o princípio inteligente; sua natureza íntima nos é desconhecida; para nós ele é imaterial, porque não tem nenhuma analogia com o que chamamos matéria.”[8]

Obs.: Conforme os itens 1 e 4 acima, e sendo Deus o criador do Espírito, poderíamos, talvez, relacionar à frase constante nas Escrituras que “Deus criou o homem à sua semelhança” à proposição que “Deus criou o ESPÍRITO à sua semelhança”?

 

05. Deus é único.

“A unicidade de Deus é consequência do fato de serem infinitas as suas perfeições. Não poderia existir outro Deus, salvo sob a condição de ser igualmente infinito em todas as coisas, visto que, se houvesse entre eles a mais ligeira diferença, um seria inferior ao outro, subordinado ao poder desse outro e, então, não seria Deus. Se houvesse entre ambos igualdade absoluta, isso equivaleria a existir, de toda eternidade, um mesmo pensamento, uma mesma vontade, um mesmo poder. Confundidos assim, quanto à identidade, não haveria, em realidade, mais que um único Deus. Se cada um tivesse atribuições especiais, um não faria o que o outro fizesse; mas, então, não existiria igualdade perfeita entre eles, pois que nenhum possuiria a autoridade soberana.”

Ø     OS Espíritos são inumeráveis

“Deus há criado, desde toda a eternidade, seres espirituais. (...) Progredir é condição normal dos seres espirituais e a perfeição relativa o fim que lhes cumpre alcançar. Ora, havendo Deus criado desde toda a eternidade, e criando incessantemente, também desde toda a eternidade tem havido seres que atingiram o ponto culminante da escala.”[9]

Obs.: É infinito o número de Espíritos no Universo, em todos os níveis de evolução.

 

06. Deus é onipotente.

“Se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar-se ao ser cuja potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Esse então é que seria Deus.”

Ø O Espírito não é onipotente.

“Os Espíritos puros são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para a manutenção da harmonia universal. Comandam a todos os Espíritos que lhes são inferiores, auxiliam-nos na obra de seu aperfeiçoamento e lhes designam as suas missões. Assistir os homens nas suas aflições, concitá-los ao bem ou à expiação das faltas que os conservam distanciados da suprema felicidade, constitui para eles ocupação gratíssima. São designados às vezes pelos nomes de anjos, arcanjos ou serafins.”

Obs.: Por serem os Espíritos inumeráveis, mesmo aqueles que atingiram o grau máximo de perfeição, não existe um que possua maior poder que outro. 

 

07. Deus é infinitamente perfeito.

“É impossível conceber-se Deus sem o infinito das perfeições, sem o que não seria Deus, pois sempre se poderia conceber um ser que possuísse o que lhe faltasse. Para que nenhum ser possa ultrapassá-lo, faz-se mister que ele seja infinito em tudo. Sendo infinitos, os atributos de Deus não são suscetíveis nem de aumento, nem de diminuição, visto que do contrário não seriam infinitos e Deus não seria perfeito. Se lhe tirassem, a qualquer dos atributos, a mais mínima parcela, já não haveria Deus, pois que poderia existir um ser mais perfeito.”

Ø  O Espírito é perfectível.

“Deus criou todos os Espíritos simples e ignorantes, isto é, sem saber. A cada um deu determinada missão, com o fim de esclarecê-los e de os fazer chegar progressivamente à perfeição, pelo conhecimento da verdade, e para aproximá-los de si.”[10] 

“Deus criou-os (os Espíritos) perfectíveis; deu-lhes por objetivo a perfeição, e a bem-aventurança que é sua consequência, mas não lhes deu a perfeição; quis que eles a devessem a seu trabalho pessoal, a fim de que tivessem esse mérito. Desde o instante de sua formação eles progridem, quer no estado de encarnação, quer no estado espiritual; chegados ao apogeu, são puros Espíritos, ou anjos segundo a denominação vulgar; de sorte que, desde o embrião do ser inteligente até o anjo, há uma cadeia ininterrupta da qual cada elo marca um grau no progresso. [11]

Obs.: Os Espíritos são criados sem nenhum saber e sem nenhuma virtude. Através de experiências em múltiplas encarnações eles vão progredindo em sabedoria e moralidade até se tornarem perfeitos, ou puros.

 

08. Deus é soberanamente justo e bom.

“A providencial sabedoria das leis divinas se revela nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo essa sabedoria que se duvide da sua justiça, nem da sua bondade. O fato do ser infinita uma qualidade, exclui a possibilidade de uma qualidade contrária, porque esta a apoucaria ou anularia. Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante parcela de malignidade, nem o ser infinitamente mau conter a mais insignificante parcela de bondade, do mesmo modo que um objeto não pode ser de um negro absoluto, com a mais ligeira nuança de branco, nem de um branco absoluto com a mais pequenina mancha preta. Deus, pois, não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque então, não possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria Deus; todas as coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria estabilidade. Não poderia ele, por conseguinte, deixar de ser ou infinitamente bom ou infinitamente mau. Ora, como suas obras dão testemunho da sua sabedoria, da sua bondade e da sua solicitude, concluir-se-á que, não podendo ser ao mesmo tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser infinitamente bom. A soberana bondade implica a soberana justiça, porquanto, se ele procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstância que fosse, ou com relação a uma só de suas criaturas, já não seria soberanamente justo e, em consequência, já não seria soberanamente bom.”

Obs.: Mesmo os Espíritos puros sendo justos e bons, só Deus é SOBERANAMENTE justo e bom. O próprio Espírito puro, Jesus, quando aqui esteve entre nós disse em resposta ao Mancebo rico: “2. Então, aproximou-se dele um mancebo e disse: Bom mestre, que bem devo fazer para adquirir a vida eterna? – Respondeu Jesus: Por que me chamas bom? Bom, só Deus o é.”[12]



 

SONAMBULISMO - 2ª parte

 Objetivos específicos:

1. Compreender a origem e abrangência do saber dos sonâmbulos;

2. Entender o que é sonambulismo mediúnico.

3. Perceber o quão importante é o estudo sobre os fenômenos de emancipação da alma pelo sonambulismo.

 

Conteúdo:

Vimos no texto sobre SONAMBULISMO que esse fenômeno pode ser espontâneo ou provocado pelo magnetismo, pelos Espíritos ou por magnetizadores. 

Continuando o estudo sobre sonambulismo, passemos às questões sobre o saber dos sonâmbulos quando estão emancipados. É dado a todos verem e saberem tudo?

O Livro dos Médiuns ou guia dos médiuns e dos evocadores > Segunda parte - Das manifestações espíritas > Capítulo XIV – Dos médiuns > Médiuns sonambúlicos > 172
“O sonâmbulo age sob a influência do seu próprio Espírito; é sua alma que, nos momentos de emancipação, vê, ouve e percebe, fora dos limites dos sentidos. O que ele externa tira-o de si mesmo; suas ideias são, em geral, mais justas do que no estado normal, seus conhecimentos mais dilatados, porque tem livre a alma. Numa palavra, ele vive antecipadamente a vida dos Espíritos.”

Qual o alcance do saber do sonâmbulo (em estado de emancipação da alma)?

O Livro dos Espíritos > Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos > Capítulo VIII - Da emancipação da alma > Sonambulismo. > 431
“431. Qual a origem das ideias inatas do sonâmbulo, e como pode falar com exatidão de coisas que ignora quando desperto, de coisas que estão mesmo acima de sua capacidade intelectual?

"É que o sonâmbulo possui mais conhecimentos do que os que lhe supões. Apenas, tais conhecimentos dormitam, porque, por demasiado imperfeito, seu envoltório corporal não lhe permite rememorá-los. Que é, afinal, um sonâmbulo? Espírito, como nós[1], e que se encontra encarnado na matéria para cumprir a sua missão, despertando dessa letargia quando cai em estado sonambúlico. Já te temos dito, repetidamente, que renascemos muitas vezes. Essa mudança de condição é que, ao sonâmbulo, como a qualquer Espírito, ocasiona a perda material do que haja aprendido em precedente existência. Entrando no estado a que chamas crise, lembra-se do que sabe, mas sempre de modo incompleto. Sabe, mas não poderia dizer donde lhe vem o que sabe, nem como possui os conhecimentos que revela. Passada a crise, toda recordação se apaga e ele volve à obscuridade.”

Kardec também esclarece sobre o assunto no seguinte texto:

O Livro dos Espíritos > Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos > Capítulo VIII - Da emancipação da alma > Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase e da segunda vista. > 455
“Em cada uma de suas existências corporais o Espírito adquire um acréscimo de conhecimentos e de experiência. Esquece-os parcialmente, quando encarnado em matéria por demais grosseira, porém deles se recorda como Espírito. Assim é que certos sonâmbulos revelam conhecimentos acima do grau da instrução que possuem e mesmo superiores às suas aparentes capacidades intelectuais. Portanto, da inferioridade intelectual e científica do sonâmbulo, quando desperto, nada se pode inferir com relação aos conhecimentos que porventura revele no estado de lucidez. Conforme as circunstâncias e o fim que se tenha em vista, ele os pode haurir da sua própria experiência, da sua clarividência relativa às coisas presentes, ou dos conselhos que receba de outros Espíritos. Mas, podendo o seu próprio Espírito ser mais ou menos adiantado, possível lhe é dizer coisas mais ou menos certas.”

Além de esclarecer de onde os sonâmbulos haurem conhecimentos que ordinariamente não possuem quando despertos, Kardec faz um importante comentário de Kardec na questão 431 em O Livro dos Espíritos:

“Mostra a experiência que os sonâmbulos também recebem comunicações de outros Espíritos, que lhes transmitem o que devam dizer e suprem à incapacidade que denotam.”

Além de poderem manter conversação com os encarnados, os sonâmbulos podem também transmitir comunicações dos Espíritos! É o sonambulismo mediúnico!

Em O Livro dos Médiuns temos a seguinte explicação sobre esse fenômeno:

O Livro dos Médiuns ou guia dos médiuns e dos evocadores > Segunda parte - Das manifestações espíritas > Capítulo XVI – Dos médiuns especiais > Quadro sinótico das diferentes espécies de médiuns > 190. Médiuns especias para efeitos intelectuais. Aptidões diversas.
“Médiuns sonâmbulos: os que, em estado de sonambulismo, são assistidos por Espíritos.”

E especificam as características do sonambulismo mediúnico no seguinte texto:

O Livro dos Médiuns ou guia dos médiuns e dos evocadores > Segunda parte - Das manifestações espíritas > Capítulo XIV – Dos médiuns > Médiuns sonambúlicos > 172
“172. Pode considerar-se o sonambulismo uma variedade da faculdade mediúnica, ou, melhor, são duas ordens de fenômenos que frequentemente se acham reunidos.

(...) O Espírito que se comunica com um médium comum também o pode fazer com um sonâmbulo; dá-se mesmo que, muitas vezes, o estado de emancipação da alma facilita essa comunicação. Muitos sonâmbulos veem perfeitamente os Espíritos e os descrevem com tanta precisão, como os médiuns videntes. Podem confabular com eles e transmitir-nos seus pensamentos. O que dizem, fora do âmbito de seus conhecimentos pessoais, lhes é com frequência sugerido por outros Espíritos.”

Com essa informação, podemos então resumir que o que o sonâmbulo informa, além dos seus conhecimentos da presente vida, podem ser conhecimentos obtidos em outras vidas, como pode também ser informação de Espíritos, se comunicando pelo sonâmbulo-médium.

Segue um exemplo que Kardec nos oferece acerca do conhecimento de um Espírito transmitido através de um sonâmbulo:

O Livro dos Médiuns ou guia dos médiuns e dos evocadores > Segunda parte - Das manifestações espíritas > Capítulo XIV – Dos médiuns > Médiuns sonambúlicos > 173
“173. Um de nossos amigos tinha como sonâmbulo um rapaz de 14 a 15 anos, de inteligência muito vulgar e instrução extremamente escassa. Entretanto, no estado de sonambulismo, deu provas de lucidez extraordinária e de grande perspicácia. Excelia, sobretudo, no tratamento das enfermidades e operou grande número de curas consideradas impossíveis. Certo dia, dando consulta a um doente, descreveu a enfermidade com absoluta exatidão.

–– Não basta, disseram-lhe, agora é preciso que indiques o remédio. Não posso, respondeu, meu anjo doutor não está aqui. Quem é esse anjo doutor de quem falas? — O que dita os remédios. — Não és tu, então, que vês os remédios? — Oh! não; estou a dizer que é o meu anjo doutor quem mos dita.

Assim, nesse sonâmbulo, a ação de ver o mal era do seu próprio Espírito que, para isso, não precisava de assistência alguma; a indicação, porém, dos remédios lhe era dada por outro. Não estando presente esse outro, ele nada podia dizer. Quando só, era apenas sonâmbulo; assistido por aquele a quem chamava seu anjo doutor, era sonâmbulo-médium.”

Contudo, Kardec faz questão de esclarecer que nem sempre a comunicação do sonâmbulo é originada de um Espírito estranho. Na Revista Espírita de 1858, em um texto publicado no mês de novembro, sobre a Independência sonambúlica, encontramos dois casos de sonambulismo magnético em que o Espírito só transmite seu próprio pensamento. E Kardec assim conclui:

Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1858 > Novembro > Independência sonambúlica
“Relatando estes dois casos, ─ e poderíamos aduzir muitos outros ─ nosso objetivo foi provar que a clarividência sonambúlica nem sempre é reflexo de um pensamento estranho. Assim, o sonâmbulo pode ter uma lucidez própria, absolutamente independente.

Vejamos agora sobre o que ocorre com o corpo do sonâmbulo enquanto ele se encontra emancipado. O sonâmbulo se ressente no corpo das atividades que empreende durante sua emancipação?

O Livro dos Espíritos > Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos > Capítulo VIII - Da emancipação da alma > Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase e da segunda vista. > 455
“No caso de visão à distância, o sonâmbulo não vê as coisas de onde está o seu corpo, como por meio de um telescópio. Vê-as presentes, como se se achasse no lugar onde elas existem, porque sua alma, em realidade, lá está. Por isso é que seu corpo fica como que aniquilado e privado de sensação, até que a alma volte a habitá-lo novamente. Essa separação parcial da alma e do corpo constitui um estado anormal, suscetível de duração mais ou menos longa, porém não indefinida. Daí a fadiga que o corpo experimenta após certo tempo, mormente quando a alma se entrega a um trabalho ativo.”

E sobre as sensações que o sonâmbulo sente no corpo, durante a emancipação:

O Livro dos Espíritos > Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos > Capítulo VIII - Da emancipação da alma > Sonambulismo. > 437
“437. Dado que, nos fenômenos sonambúlicos, é a alma que se transporta, como pode o sonâmbulo experimentar no corpo as sensações do frio e do calor existentes no lugar onde se acha sua alma, muitas vezes bem distante do seu corpo?
A alma, em tais casos, não deixa inteiramente o corpo; conserva-se-lhe presa pelo laço que os liga e que então desempenha o papel de condutor das sensações. Quando duas pessoas se comunicam de uma cidade para outra, por meio da eletricidade, esta constitui o laço que lhes liga os pensamentos. Daí vem que confabulam como se estivessem ao lado uma da outra.”

Agora passemos para informações diversas sobre o sonambulismo.

A emancipação da alma através do sonambulismo espontâneo ou mediúnico tem relação com estado
evolutivo do sonâmbulo ou sonâmbulo-médium?

O Livro dos Médiuns ou guia dos médiuns e dos evocadores > Segunda parte - Das manifestações espíritas > Capítulo XIV – Dos médiuns > Médiuns sonambúlicos > 174
“174. A lucidez sonambúlica é uma faculdade que se radica no organismo e que independe, em absoluto, da elevação, do adiantamento e mesmo do estado moral do indivíduo. Pode, pois, um sonâmbulo ser muito lúcido e ao mesmo tempo incapaz de resolver certas questões, desde que seu Espírito seja pouco adiantado. O que fala por si próprio pode, portanto, dizer coisas boas ou más, exatas ou falsas, demonstrar mais ou menos delicadeza e escrúpulo nos processos de que use, conforme o grau de elevação, ou de inferioridade do seu próprio Espírito.
A assistência então de outro Espírito pode suprir-lhe as deficiências. Mas, um sonâmbulo, tanto como os médiuns, pode ser assistido por um Espírito mentiroso, leviano, ou mesmo mau. Aí, sobretudo, é que as qualidades morais exercem grande influência, para atraírem os bons Espíritos.”

As percepções e memória do sonâmbulo são iguais às que o Espírito tem após a morte do corpo físico e do período de perturbação espiritual?

O Livro dos Espíritos > Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos > Capítulo VIII - Da emancipação da alma > Sonambulismo. > 434
“434. As faculdades de que goza o sonâmbulo são as que tem o Espírito depois da morte?
Somente até certo ponto, pois cumpre se atenda à influência da matéria a que ainda se acha ligado.”

Allan Kardec, em seus quatorze anos de pesquisa e confecção das obras da Doutrina Espírita, teve a oportunidade de presenciar vários fenômenos de emancipação da alma, e observou que os sonâmbulos apresentavam diferentes percepções do que viam e até mesmo se enganavam quanto à compreensão do que viam. Por isso Kardec pergunta:

O Livro dos Espíritos > Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos > Capítulo VIII - Da emancipação da alma > Sonambulismo. > 430
“430. Pois que a sua clarividência é a de sua alma ou de seu Espírito, por que é que o sonâmbulo não vê tudo e tantas vezes se engana?
Primeiramente, aos Espíritos imperfeitos não é dado verem tudo e tudo saberem. Não ignoras que ainda partilham dos vossos erros e prejuízos. Depois, quando unidos à matéria não gozam de todas as suas faculdades de Espírito. Deus outorgou ao homem a faculdade sonambúlica para fim útil e sério, não para que se informe do que não deva saber. Eis por que os sonâmbulos nem tudo podem dizer.

Encerramos trazendo o pensamento do nosso nobre Allan Kardec acerca do quanto a ciência pode se beneficiar de fenômenos espíritas, especialmente do sonambulismo. Assim ele escreve:

O Livro dos Espíritos > Parte segunda — Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos > Capítulo VIII - Da emancipação da alma > Resumo teórico do sonambulismo, do êxtase e da segunda vista. > 455
“Para o Espiritismo, o sonambulismo é mais do que um fenômeno fisiológico, é uma luz projetada sobre a psicologia. É aí que se pode estudar a alma, porque é onde esta se mostra a descoberto.”

E escreve também uma crítica àqueles que tentaram experimentar o sonambulismo de forma a obter resultados de uma ciência exata:

Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1858 > Novembro > Independência sonambúlica
“Muita gente acreditou, como o faz ainda hoje com as manifestações espíritas, que o sonambulismo pudesse ser experimentado como uma máquina, sem que se levasse em conta as condições especiais do fenômeno. Eis por que, não tendo obtido resultados satisfatórios no momento oportuno, concluíram pela negação. Fenômenos tão delicados exigem uma observação longa, assídua e perseverante, a fim de se lhes captarem as nuanças, por vezes fugidias.”

Nesse nosso estudo percebemos a necessidade de conhecer e compreender o que é o sonambulismo. Como ele se apresenta ou não conforme a organização física do encarnado, e que nem todos os sonâmbulos apresentam as mesmas características em suas faculdades, pois nem todos possuem o mesmo alcance de visão (lucidez), nem todos são passíveis de serem magnetizados, nem todos recebem sempre comunicações de Espíritos, nem todos possuem os mesmos conhecimentos, etc.

Tudo isso diz respeito a estarmos lidando com almas, individualidades, e que, por isso mesmo, não se pode esperar respostas iguais, como se fossem objetos de ensaios laboratoriais. 

O Hipnotismo, termo utilizado na academia, foi mencionado por Kardec, e colocamos aqui uma crítica que ele faz, lamentando e alertando ao mesmo tempo a não investigação criteriosa da ciência sobre esse fenômeno. Vejamos:

Revista Espírita - Jornal de estudos psicológicos - 1865 > Outubro > Novos estudos sobre espelhos mágicos ou psíquicos > Consequências da explicação precedente
“Há alguns anos, um médico descobriu que pondo entre os olhos, na raiz do nariz, uma tampa de garrafa, uma bola de cristal ou de metal brilhante e fazendo convergirem os raios visuais para esse objeto durante algum tempo, a pessoa entrava numa espécie de estado cataléptico, durante o qual se manifestavam algumas das faculdades que se notam nalguns sonâmbulos, entre outras a insensibilidade e a visão à distância através dos corpos opacos, e que esse estado cessava pouco a pouco, após a retirada do objeto. Evidentemente era um efeito magnético, produzido por um corpo inerte. Que papel fisiológico representa o reflexo brilhante nesse fenômeno? É o que ignoramos. Mas foi constatado que se essa condição é necessária na maioria dos casos, mas não sempre, e que o mesmo efeito é produzido em certos indivíduos com o auxílio de objetos moles.
Esse fenômeno, ao qual se deu o nome de hipnotismo, fez furor nos corpos científicos. Experimentaram. Uns tiveram sucesso, outros não, como devia ser, pois as aptidões não eram as mesmas em todos os pacientes. Se a coisa fosse excepcional, certamente valeria a pena ser estudada. Mas, é lamentável dizer, a partir de quando perceberam que era uma porta secreta pela qual o magnetismo e o sonambulismo iriam penetrar, sob outra forma e outro nome, no santuário da ciência oficial, não mais se tratou de hipnotismo (Vide Revista Espírita de janeiro de 1860).”

 

SONAMBULISMO - 1ª parte

 

Objetivos específicos:

1. Saber o que é sonambulismo;

2. Diferenciar sonambulismo de sonho;

3. Diferenciar sonambulismo natural do magnético;

4. Entender o que ocorre com o corpo durante o sonambulismo;

5. Compreender sobre a visão e o saber dos sonâmbulos;

                                  

Conteúdo:

Outra forma interessante que a alma tem de se emancipar é através do sonambulismo.

Segue o conceito de sonambulismo escrito por Allan Kardec:

         Instruções práticas sobre as manifestações espíritas > Vocabulário espírita > Sonambulismo

SONAMBULISMO – do lat. somnus, o sono e ambulare, andar, passear. Estado de emancipação da alma mais completo do que no sonho. (Vide Sonho). O sonho é um sonambulismo imperfeito. No sonambulismo a lucidez[1] da alma, isto é, a sua faculdade de ver[2], que é um dos atributos de sua natureza, é mais desenvolvida: ela vê as coisas com mais precisão e clareza; o corpo pode agir sob o impulso da vontade da alma. O esquecimento absoluto no momento de despertar é um dos sinais característicos do verdadeiro sonambulismo, porque a independência da alma e do corpo é mais completa do que no sonho.

No conceito acima, além da definição sobre sonambulismo, Allan Kardec fornece diferenças básicas de emancipações da alma através do sono e do sonambulismo.

Assim, mediante o texto acima, destacamos:

1.   A faculdade que a alma tem de ver durante o sonambulismo é mais desenvolvida do que no sonho comum;
2.   O corpo pode agir conforme a vontade da alma durante o sonambulismo;
3.   No sonambulismo o esquecimento do que a alma vivenciou é absoluto quando se acorda.

Allan Kardec também aborda sobre algumas características do sonambulismo no comentário que faz na questão 425 de O Livro dos Espíritos:

“No sonambulismo, o Espírito está na posse plena de si mesmo. Os órgãos materiais, achando-se de certa forma em estado de catalepsia, deixam de receber as impressões exteriores. Esse estado se apresenta principalmente durante o sono, ocasião em que o Espírito pode abandonar provisoriamente o corpo, por se encontrar este gozando do repouso indispensável à matéria. Quando se produzem os fatos do sonambulismo, é que o Espírito, preocupado com uma coisa ou outra, se aplica a uma ação qualquer, para cuja prática necessita de utilizar-se do corpo.
Nos sonhos de que se tem consciência, os órgãos, inclusive os da memória, começam a despertar. Recebem imperfeitamente as impressões produzidas por objetos ou causas externas e as comunicam ao Espírito, que, então, também em repouso, só experimenta, do que lhe é transmitido, sensações confusas e, amiúde, desordenadas, sem nenhuma aparente razão de ser, mescladas, que se apresentam de vagas recordações, quer da existência atual, quer de anteriores. Facilmente, portanto, se compreende por que os sonâmbulos nenhuma lembrança guarda do que se passou enquanto estiveram no estado de sonambulismo, e porque os sonhos de que se conserva memória as mais das vezes não têm sentido. Digo as mais das vezes, porque também sucede serem a consequência de lembrança exata de acontecimentos de uma vida anterior e até, em certos casos, uma espécie de intuição do futuro.”

Bastante esclarecedor o comentário de Kardec, ao explicar que a lembrança dos sonhos só é possível quando os órgãos recebem, mesmo imperfeitamente, impressões exteriores, impressões estas que só acontecem quando o corpo começa a despertar, portanto não estando mais em estado de sonambulismo, pois este só se dá quando os órgãos estão como que catalépticos.

Kardec questionou aos Espíritos o que possibilita que a clarividência sonambúlica seja mais ou menos desenvolvida em algumas pessoas:

“433. O desenvolvimento maior ou menor da clarividência sonambúlica depende da organização física, ou só da natureza do Espírito encarnado?

De uma e outra. Há disposições físicas que permitem ao Espírito desprender-se mais ou menos facilmente da matéria.”

A mesma ideia aqui desenvolvida é trazida na seguinte questão:

"455. Os fenômenos do sonambulismo natural se produzem espontaneamente e independem de qualquer causa exterior conhecida. Mas, em certas pessoas dotadas de especial organização física, podem ser provocados artificialmente, pela ação do agente magnético."

Temos duas importantes informações nas respostas das questões 433 e 455 acima.

  1. A primeira é que existe algo determinante na organização física do sonâmbulo que possibilita o Espírito (alma + perispírito) se desprender mais facilmente da matéria, além da gradação da clarividência sonambúlica, conforme a própria pergunta de Kardec.
  2.  A segunda é que, como também acontece na catalepsia[3], o sonambulismo pode ser natural ou também pode ser provocado artificialmente através do magnetismo.

Vejamos as definições dessas duas formas de sonambulismo:

  • "Sonambulismo natural, o que é espontâneo e se produz sem provocação e sem a influência de um agente exterior.”
  • "Sonambulismo magnético ou artificial é aquele que é provocado pela ação que uma pessoa exerce sobre outra, por meio do fluido magnético que derrama sobre esta.”

Inicialmente estudaremos o sonambulismo natural:

“425. O sonambulismo natural tem alguma relação com os sonhos? Como explicá-lo?

É um estado de independência da alma mais completo do que o do sonho. Quando nele, suas faculdades adquirem maior amplitude. A alma tem então percepções de que não dispõe no sonho, que é um estado de sonambulismo imperfeito.”

Nas Revistas Espíritas escritas por Kardec, encontramos várias comunicações e casos sobre sonambulismo espontâneo, como o da Senhorita Julia, SenhorMorin, Sr. T..., que recomendamos a leitura integral dos relatos, devido a riqueza das observações feitas por Kardec.

Em um dos casos recomendados acima, vamos ver o sonâmbulo Sr. Morin transcrevendo ideias de um Espírito, o que Kardec veio a denominar de sonambulismo mediúnico, que abordaremos no próximo texto [4]

Outra observação é que o sonambulismo espontâneo pode ser provocado pelos Espíritos, como está claro no caso do Sr. T., citado acima.

A leitura sequenciada das Revistas Espíritas[5] dará ao estudioso da Doutrina Espírita a oportunidade de ler outros interessantes relatos a respeito do sonambulismo espontâneo.  

Vejamos agora algumas questões acerca do sonambulismo magnético:

426. O chamado sonambulismo magnético tem alguma relação com o sonambulismo natural?

“É a mesma coisa, com a diferença de ser provocado.”

Na definição do sonambulismo magnético vimos que este acontece através do fluido magnético de uma pessoa sobre a outra. Kardec então pergunta:
427. De que natureza é o agente que se chama fluido magnético?

Fluido vital, eletricidade animalizada, que são modificações do fluido universal.”

Ou seja, a magnetização é feita através do fluido vital, ou animalizado, encontrado nos Espíritos encarnados.

É necessário lembrar que, como já vimos acima, os Espíritos também podem provocar o sonambulismo, contudo, Kardec classifica este como espontâneo.

Continuemos com outras informações sobre sonambulismo:

O sonâmbulo faz contato com encarnados?

“No estado de desprendimento em que fica colocado, o Espírito do sonâmbulo entra em comunicação mais fácil com os outros Espíritos encarnados, ou não encarnados, comunicação que se estabelece pelo contato dos fluidos que compõem os perispíritos e servem de transmissão ao pensamento, como o fio elétrico. O sonâmbulo não precisa, portanto, que se lhe exprimam os pensamentos por meio da palavra articulada. Ele os sente e adivinha.”

Os sonâmbulos respondem a tudo? Tem conhecimentos ilimitados?

Continuemos com a questão 455 de O Livro dos Espíritos:

O poder da lucidez sonambúlica não é ilimitado. O Espírito, mesmo quando completamente livre, tem restringidos seus conhecimentos e faculdades conforme o grau de perfeição que haja alcançado.”

Vejamos algumas questões a respeito do que os sonâmbulos veem:

O sonambulo vê com os olhos do corpo?
“428. Qual a causa da clarividência sonambúlica?

Já o dissemos: é a alma que vê.”

“432. Como se explica a visão à distância em certos sonâmbulos?

Durante o sono, a alma não se transporta? O mesmo se dá no sonambulismo.”

“429. Como pode o sonâmbulo ver através dos corpos opacos?

Não há corpos opacos senão para os vossos grosseiros órgãos. Já precedentemente não dissemos que a matéria nenhum obstáculo oferece ao Espírito, que livremente a atravessa? Frequentemente ouvis o sonâmbulo dizer que vê pela fronte, pelo joelho, etc., porque, achando-vos inteiramente presos à matéria, não compreendeis lhe seja possível ver sem o auxílio dos órgãos. Ele próprio, pelo desejo que manifestais, julga precisar dos órgãos. Se, porém, o deixásseis livre, compreenderia que vê por todas as partes do seu corpo, ou, melhor falando, que vê de fora do seu corpo.”

Qual o alcance da visão dos sonâmbulos?

De uma causa única se originam a clarividência do sonâmbulo magnético e a do sonâmbulo natural. É um atributo da alma, uma faculdade inerente a todas as partes do ser incorpóreo que existe em nós e cujos limites não são outros senão os da própria alma. O sonâmbulo vê em todos os lugares aonde sua alma possa transportar-se, qualquer que seja a distância.

Sobre ver outros Espíritos:

“435. Pode o sonâmbulo ver os outros Espíritos?

A maioria deles os vê muito bem, dependendo do grau e da natureza da lucidez de cada um. Algumas vezes, porém, não percebem no primeiro momento que estão vendo Espíritos, e os tomam por seres corpóreos. Isso acontece principalmente aos que, nada conhecendo do Espiritismo, ainda não compreendem a essência dos Espíritos. O fato os espanta e os faz supor que têm diante da vista seres encarnados.”

E finaliza as questões sobre o que os sonâmbulos veem com a seguinte pergunta:

“436. O sonâmbulo que vê à distância, vê do ponto em que se acha o seu corpo, ou do em que está sua alma?

Por que esta pergunta, uma vez que sabes ser a alma que vê, e não o corpo?”

Continuaremos esse estudo no texto: Sonambulismo - 2ª parte


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Ver este texto também em: Roteiros de Estudos do IDEAK


Obras utilizadas:

1.       Instruções práticas sobre as manifestações espíritas

2.       O Livro dos Espíritos

3.       O Livro dos Médiuns ou guia dos médiuns e dos evocadores

 

 

 

Sugestões de Materiais Complementares

https://www.kardecplay.net/pt/video/48-sonambulismo

https://www.kardecplay.net/pt/video/51-resumo-teorico-do-sonambulismo-do-extase-e-da-segunda-vista

 



[1] “LUCIDEZ – Clarividência, faculdade de ver sem auxílio dos órgãos da visão. É uma faculdade inerente à natureza mesma da alma ou do Espírito, e que reside em todo o seu ser. Por isso, em todos os casos em que há emancipação da alma, o homem tem percepções independentes dos sentidos. No estado corpóreo normal a faculdade de ver é limitada pelos órgãos materiais; desprendida desse obstáculo, ela não mais se acha circunscrita; estende-se por toda a parte onde a alma exerce a sua ação. Tal é a causa da visão à distância, de que desfrutam certos sonâmbulos. Veem-se no próprio local que observam, ainda que a milhares de quilômetros, porque, se ali não se acha o corpo, a alma realmente está. Pode, pois, dizer-se que o sonâmbulo vê pela luz da alma. O vocábulo clarividência é mais geral. Lucidez se diz mais particularmente da clarividência sonambúlica. Um sonâmbulo é mais ou menos lúcido, conforme seja mais ou menos completa a emancipação da alma.” - https://kardecpedia.com/roteiro-de-estudos/890/instrucoes-praticas-sobre-as-manifestacoes-espiritas/1270/vocabulario-espirita/sonambulismo

 [2] Todos os grifos são nossos

[3] Ver : OS FENÔMENOS DE EMANCIPAÇÃO DA ALMA –  LETARGIA E CATALEPSIA

[4] Ver : OS FENÔMENOS DE EMANCIPAÇÃO DA ALMA –  SONAMBULISMO 2ª parte

[5] Revistas Espíritas – escritas por Allan Kardec, durante os anos de 1858 a 1869. Ver www.kardecpedia.com