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1. DO QUE É FORMADO O PERISPÍRITO?
Assim, iniciamos nosso estudo sobre a NATUREZA DO PERISPÍRITO, trazendo a seguinte informação:
“É semimaterial esse envoltório, isto é, pertence à matéria pela sua origem e à espiritualidade pela sua natureza etérea”.
Inicialmente vamos investigar o que significa ser envoltório
semimaterial.
Vejamos o que os Espíritos nos informaram a este respeito:
O Livro dos Espíritos > Parte segunda - Do mundo espírita ou mundo dos Espíritos > Capítulo I - Dos Espíritos > Origem e natureza dos Espíritos. > 82
“82. Será certo dizer-se que os Espíritos são imateriais?
Como se pode definir uma coisa, quando faltam termos de comparação, e com uma linguagem deficiente? Pode um cego de nascença definir a luz? Imaterial não é bem o termo; incorpóreo seria mais exato, pois deves compreender que, sendo uma criação, o Espírito há de ser alguma coisa. É a matéria quintessenciada, mas sem analogia para vós outros, e tão etérea que escapa inteiramente ao alcance dos vossos sentidos.”
Vamos trazer o seguinte texto sobre os estados inumeráveis da matéria que se originam da matéria prima do Universo que é o Fluido Cósmico Universal, para nos ajudar a compreender um pouco mais sobre a natureza do perispírito:
A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo > Os milagres > Capítulo XIV - Os fluidos > I - Natureza e propriedade dos fluidos > Elementos fluídicos
“2. O fluido cósmico universal é, como já foi demonstrado, a matéria elementar primitiva, cujas modificações e transformações constituem a inumerável variedade dos corpos da Natureza. (Cap. X.) Como princípio elementar do Universo, ele assume dois estados distintos: o de eterização ou imponderabilidade, que se pode considerar o primitivo estado normal, e o de materialização ou de ponderabilidade, que é, de certa maneira, consecutivo àquele. O ponto intermédio é o da transformação do fluido em matéria tangível. Mas, ainda aí, não há transição brusca, porquanto podem considerar-se os nossos fluidos imponderáveis como termo médio entre os dois estados.”
“3. No estado de eterização, o fluido cósmico não é uniforme; sem deixar de ser etéreo, sofre modificações tão variadas em gênero e mais numerosas talvez do que no estado de matéria tangível.”
“5. A pureza absoluta, da qual nada nos pode dar ideia, é o ponto de partida do fluido universal; o ponto oposto é o em que ele se transforma em matéria tangível. Entre esses dois extremos, dão-se inúmeras transformações, mais ou menos aproximadas de um e de outro.”
Observemos a seguinte figura:
- o ponto de pureza absoluta;
- o estado intermediário (estado de eterização para o estado de materialização);
- o ponto de tangibilidade.
Para concluirmos a questão de qual a natureza do
perispírito, Allan Kardec, ainda no mesmo capítulo XIV de A gênese, nos
presenteia com a seguinte reflexão:
"7. O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos mais importantes produtos do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco de inteligência ou alma. Já vimos que também o corpo carnal tem seu princípio de origem nesse mesmo fluido condensado e transformado em matéria tangível. No perispírito, a transformação molecular se opera diferentemente, porquanto o fluido conserva a sua imponderabilidade e suas qualidades etéreas. O corpo perispirítico e o corpo carnal têm, pois, origem no mesmo elemento primitivo; ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes."De posse dessa valiosa informação e tendo acima a figura orientativa dos estados do fluido cósmico universal, indagamos: onde situaríamos o perispírito na nossa faixa representativa do fluido cósmico universal? Vejamos a figura abaixo:
Enfim, embora ainda não tenhamos informações científicas para caracterizar a matéria fluídica do perispírito, podemos fazer uma ideia bem menos abstrata da sua natureza.
A nossa reflexão agora se depara com outro questionamento:
2. COMO SE FORMA O PERISPÍRITO?
"5.(...) Os fluidos mais próximos da materialidade, os menos puros, conseguintemente, compõem o que se pode chamar a atmosfera espiritual da Terra. É desse meio, onde igualmente vários são os graus de pureza, que os Espíritos encarnados e desencarnados, deste planeta, haurem os elementos necessários à economia de suas existências. Por muito sutis e impalpáveis que nos sejam esses fluidos, não deixam por isso de ser de natureza grosseira, em comparação com os fluidos etéreos das regiões superiores."
Segue outra representação da atmosfera espiritual da Terra, (não mais situando a sua natureza na faixa representativa do fluido cósmico, mas sim envolvendo a Terra).
3. ESTABELECER A RELAÇÃO DA NATUREZA DO PERISPÍRITO COM O ESTADO MORAL DO ESPÍRITO.
"8. Do meio onde se encontra é que o Espírito extrai o seu perispírito, isto é, esse envoltório ele o forma dos fluidos ambientes. Resulta daí que os elementos constitutivos do perispírito naturalmente variam, conforme os mundos. Dando-se Júpiter como orbe muito adiantado em comparação com a Terra, como um orbe onde a vida corpórea não apresenta a materialidade da nossa, os envoltórios perispirituais hão de ser lá de natureza muito mais quintessenciada do que aqui. Ora, assim como não poderíamos existir naquele mundo com o nosso corpo carnal, também os nossos Espíritos não poderiam nele penetrar com o perispírito terrestre que os reveste. Emigrando da Terra, o Espírito deixa aí o seu invólucro fluídico e toma outro apropriado ao mundo onde vai habitar."
"9. A natureza do envoltório fluídico está sempre em relação com o grau de adiantamento moral do Espírito. Os Espíritos inferiores não podem mudar de envoltório a seu bel-prazer, pelo que não podem passar, à vontade, de um mundo para outro. Alguns há, portanto, cujo envoltório fluídico, se bem que etéreo e imponderável com relação à matéria tangível, ainda é por demais pesado, se assim nos podemos exprimir, com relação ao mundo espiritual, para não permitir que eles saiam do meio que lhes é próprio.
"Os Espíritos superiores, ao contrário, podem vir aos mundos inferiores, e, até encarnar neles. Tiram, dos elementos constitutivos do mundo onde entram, os materiais para a formação do envoltório fluídico ou carnal apropriado ao meio em que se encontrem. Fazem como o nobre que despe temporariamente suas vestes, para envergar os trajes plebeus, sem deixar por isso de ser nobre.
"10. (...) Os Espíritos chamados a viver naquele meio tiram dele seus perispíritos; porém, conforme seja mais ou menos depurado o Espírito, seu perispírito se formará das partes mais puras ou das mais grosseiras do fluido peculiar ao mundo onde ele encarna."
Concluímos esse texto com a explicação seguinte, que encerra a sabedoria divina, leis que regulam em harmonia esse Universo infinito:
"10. (...) Resulta disso este fato capital: a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados que povoam a Terra ou o espaço que a circunda. O mesmo já não se dá com o corpo carnal, que, como foi demonstrado, se forma dos mesmos elementos, qualquer que seja a superioridade ou a inferioridade do Espírito. Por isso, em todos, são os mesmos os efeitos que o corpo produz, semelhantes as necessidades, ao passo que diferem em tudo o que respeita ao perispírito.
Também resulta que: o envoltório perispirítico de um Espírito se modifica com o progresso moral que este realiza em cada encarnação, embora ele encarne no mesmo meio; que os Espíritos superiores, encarnando excepcionalmente, em missão, num mundo inferior, têm perispírito menos grosseiro do que o dos indígenas desse mundo."
Ver este texto também em Roteiros de Estudos do IDEAK
1. O Livro dos Espíritos2. A Gênese, os milagres e as predições segundo o Espiritismo
Sugestões de Materiais Complementares
O perispírito - Seminário com Cosme Massi
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